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Dissecção Aguda de Aorta (DAA)

Dissecção

Aguda de Aorta (DAA)

Guia práticode manejo e prescrição para manejo emergencial da dissecção aguda de aorta:DAA: analgesia com opioides, controle rigoroso de FC/PA,FC diagnóstico(meta por angioTC<60bpm) e tratamentoPA definitivo(100-120mmHg), conformeestabilização classificaçãohemodinâmica Stanford.

e

encaminhamento cirúrgico urgente.

Paciente típico: Homem, 6350-70 anos, hipertenso,hipertenso comde longa data, apresentando dor torácica abruptaou dorsal de início súbito, lancinante, de forte intensidade, com sudorese, náuseas e lancinantePA irradiandoelevada (geralmente >180/110 mmHg).

 

🩺 Guia rápido

ℹ️ Clique nos tópicos abaixo para dorso,ver detalhes

História clínica típica
# História Clínica
Paciente refere dor torácica de início súbito há ❓ minutos/horas, de forte intensidade (❓/10), 
em região anterior do tórax com irradiação para dorso/região interescapular. Dor descrita como 
"em rasgo", "lancinante" ou "como se algo rasgasse por dentro". Dor migratória, iniciando no 
tórax anterior e propagando-se para o dorso. Associada a sudorese profusaprofusa, náuseas, palidez 
cutânea e sensação de morte iminente.

Nega trauma torácico, nega febre, nega tosse, nega dispneia significativa. Antecedente de 
hipertensão arterial sistêmica mal controlada. Pode apresentar síncope no início do quadro (❓% dos casos).

Nega alergias medicamentosas conhecidas.

# Exame físico
REG/MEG, ansioso, taquipneico, sudoreico, pálido, agitado pela dor.
PA: MSD ❓ mmHg / MSE ❓ mmHg (diferença pressórica>20mmHg entre membros.

membros sugere dissecção) FC: ❓ bpm (geralmente taquicárdico pela dor/estresse adrenérgico) FR: ❓ irpm SatO2: ❓% em ar ambiente Tax: ❓°C AC: RCR 2T, bulhas normofonéticas. Pode apresentar sopro diastólico de insuficiência aórtica em foco aórtico. Avaliar sinais de tamponamento cardíaco (hipofonese de bulhas, estase jugular, pulso paradoxal). AR: MVF sem RA bilateralmente. Abdome: flácido, RHA+, indolor à palpação, sem massas ou visceromegalias. Extremidades: pulsos assimétricos ou diminuídos (❓% dos casos). Diferença de pulsos entre MMSS. Perfusão periférica pode estar comprometida. Avaliar déficits neurológicos focais. # HD - Dissecção Aguda de Aorta (suspeita clínica - Escore ADD-RS ≥ 2 pontos) - Emergência hipertensiva secundária à DAA # Conduta - EMERGÊNCIA ABSOLUTA - Ativação imediata de protocolo de DAA - Acesso venoso calibroso (2 acessos) + monitorização multiparamétrica contínua - Solicitar URGENTE: Angiotomografia de aorta (se hemodinamicamente estável) - Acionar cirurgia cardiovascular / cirurgia torácica IMEDIATAMENTE - Ecocardiograma à beira do leito (avaliar derrame pericárdico, tamponamento, insuficiência aórtica) - Reservar vaga em UTI - NPO absoluto (preparo para cirurgia) - Analgesia IMEDIATA com opioides fortes (controlar dor e tônus simpático) - Controle RIGOROSO da FC ANTES da PA (evitar taquicardia reflexa) → Meta FC: <60 bpm com betabloqueadores EV - Após controle de FC, controle da PA com vasodilatadores EV → Meta PAS: 100-120 mmHg (menor pressão tolerada com diurese preservada) - Exames laboratoriais: Hemograma, Ureia, Creatinina, Eletrólitos, Troponina, Dímero-D, Gasometria, Tipo sanguíneo + RH - ECG de 12 derivações - Radiografia de tórax (alargamento de mediastino em 60% dos casos) - Indicação de INTERNAÇÃO EM UTI - 100% dos casos - NÃO LIBERAR ALTA EM HIPÓTESE ALGUMA
Prescrição para paciente típico
No pronto-socorro:
# ANALGESIA IMEDIATA (escolher UMA opção)
01. Morfina (10mg/mL) – Diluir 1mL (10mg) + 9mL de SF0,9% = 10mL (1mg/mL), 
    aplicar 2 a 4mL EV em bólus lento. Repetir 2-4mL a cada 5-15 min se necessário até controle da dor.
    OU
    Fentanil (50mcg/mL) – Aplicar 2mL (100mcg) EV em bólus lento. Repetir 1-2mL se necessário.

# CONTROLE DA FC (ANTES DO CONTROLE DA PA - escolher UMA opção)
# META: FC < 60 bpm
02. Metoprolol (5mg/5mL) – Aplicar 5mL EV em bólus lento (em 5 minutos). 
    Repetir dose a cada 15 minutos até 3 doses (máximo 15mg) ou até atingir meta de FC <60 bpm.
    OU
    Esmolol (2500mg/10mL) – Diluir 10mL (2500mg) + 240mL de SG5% = 250mL (10mg/mL).
    Dose de ataque: 500 mcg/kg EV em 1 minuto.
    Manutenção: 25-50 mcg/kg/min em BIC (ajustar conforme resposta).

# CONTROLE DA PA (APÓS CONTROLE DA FC - escolher UMA opção)
# META: PAS 100-120 mmHg
03. Nitroprussiato de Sódio - Nipride (50mg/2mL) – Diluir 2mL (50mg) + 248mL de SG5% = 250mL.
    Iniciar BIC a 5mL/h (0,3 mcg/kg/min). Titular até atingir PAS 100-120 mmHg. Máximo: 10 mcg/kg/min.
    Proteger da luz (envolver equipo com papel alumínio). Trocar solução a cada 24h.
    OU
    Nitroglicerina - Tridil (5mg/mL) – Diluir 10mL (50mg) + 240mL de SG5% = 250mL.
    Iniciar BIC a 2mL/h (10-20 mcg/min). Titular progressivamente até atingir PAS 100-120 mmHg.

# ANTIEMÉTICO (se náuseas/vômitos)
04. Ondansetrona (4mg/2mL) – Diluir 01 ampola (2mL) + 8mL de SF0,9%, aplicar 10mL EV lento em 3-5 min.

# HIDRATAÇÃO (manter acesso venoso pérvio)
05. Soro Fisiológico 0,9% 500mL – Manter acesso venoso com 20-40 mL/h (KVO - keep vein open).
    NÃO fazer expansão volêmica vigorosa (risco de piorar dissecção).
Para casa:
NÃO HÁ PRESCRIÇÃO DE ALTA DOMICILIAR

Dissecção Aguda de Aorta é EMERGÊNCIA ABSOLUTA com indicação de internação em UTI 
e manejo cirúrgico urgente (Stanford A) ou internação para tratamento clínico intensivo (Stanford B).

LETALIDADE: 1-2% por hora nas primeiras 48h se não tratada adequadamente.

CONDUTA OBRIGATÓRIA:
- Internação em UTI
- Avaliação da cirurgia cardiovascular/torácica
- Angiotomografia de aorta urgente
- Tratamento cirúrgico urgente (Stanford tipo A)
- Tratamento clínico intensivo ou endovascular (Stanford tipo B complicado)

 

🏥 NO PRONTO-SOCORRO

  • ⚠️ MANEJO E CUIDADOS INICIAIS
    • MonitorizaçãoDISSECÇÃO cardíacaAGUDA contínuaDE eAORTA oximetriaÉ EMERGÊNCIA CARDIOVASCULAR ABSOLUTA
    • AvaliarMortalidade: sinais1-2% por hora nas primeiras 48h se não tratada / 50% de tamponamentomortalidade cardíacoem (hipofonese,48h estasesem jugular)tratamento adequado
    • VerificarTriagem: pulsosSala eVermelha / Prioridade 1 / Acionamento imediato de protocolo
    • Acesso venoso: 2 acessos calibrosos (jelco 18G ou 16G) em MMSS diferentes
    • Monitorização contínua: PA não invasiva em ambos os membrosbraços (diferença >20mmHg sugere dissecção), FC, FR, SatO2, ECG contínuo
    • SolicitarPosicionamento: angioTCDecúbito elevado 30-45° se confortável, repouso absoluto
    • Oxigenoterapia: Se SatO2 <94% (cateter nasal O2 2-4 L/min ou máscara 5-10 L/min)
    • NPO absoluto: Preparo para cirurgia ou procedimentos
    • Ativação imediata:
      • Cirurgia cardiovascular / cirurgia torácica
      • UTI (reservar vaga)
      • Hemodinâmica (se disponível)
    • ESCORE ADD-RS (Aortic Dissection Detection Risk Score): Estratificação de risco
      • Condições de alto risco (1 ponto): Síndrome de Marfan, histórico familiar de doença aórtica, cirurgia ou manipulação aórtica prévia, aneurisma de aorta torácicatorácico conhecido, doença valvar aórtica
      • Sintomas de alto risco (1 ponto): Dor torácica/dorsal/abdominal de início abrupto com contrastecaráter urgentelancinante ou em rasgo
      • Avaliar escore ADD-RS para estratificaçãoSinais de alto risco (1 ponto): Déficit de pulsos ou diferença de PA nos MMSS, déficit neurológico na presença de dor, novo sopro de insuficiência aórtica na presença de dor, hipotensão/choque
      • InternaçãoInterpretação: em
          UTI
        • 0-1 imediataponto: Solicitar Dímero-D → se ≥500 ng/mL: Angiotomografia de aorta
        • 2-3 pontos: Solicitar Angiotomografia de aorta diretamente (não aguardar Dímero-D)

    • Exames de imagem prioritários:
      • MORFINA1ª escolha: Angiotomografia de aorta com contraste (Dimorf,sensibilidade Dolantina)>95%,
          especificidade
        • Prescrição: Morfina 10mg/mL – 01 ampola diluída em 9mL SF 0,9% – 2-4mL EV – Agora>95%)
        • Indicações:Alternativa: AnalgesiaEcocardiograma potentetransesofágico e(se reduçãoinstabilidade dohemodinâmica tônusou simpáticocontraindicação ao contraste)
        • Apresentações:Radiografia de tórax: AmpolaPode 10mg/1mLmostrar |alargamento Ampolade 1mg/1mL
        • mediastino
        • Via(s):(>8 💉cm), EVmas |NÃO 💉exclui IMDAA |se 💉 SC
        • Cuidados:
          • Repetir conforme necessidade a cada 15-30 min
          • Monitorizar depressão respiratórianormal
        • Alternativa(s)Sinais de alerta CRÍTICOS (indicam complicação grave):
          • FentanilHipotensão 50mcg/mL/ choque: 2mLTamponamento cardíaco, ruptura aórtica contida ou livre
          • Síncope: Tamponamento cardíaco, baixo débito, dissecção em carótidas
          • Déficit neurológico focal: Dissecção de artérias carótidas, AVC isquêmico
          • Dor abdominal intensa + acidose: Isquemia mesentérica (dissecção de artérias mesentéricas)
          • Anúria / oligúria: Dissecção de artérias renais
          • Sopro diastólico novo: Insuficiência aórtica aguda
          • Hipofonese de bulhas + estase jugular + pulso paradoxal: Tamponamento cardíaco
        • SEQUÊNCIA OBRIGATÓRIA DE TRATAMENTO:
          1. ANALGESIA com opioides (controlar dor e diminuir tônus simpático)
          2. CONTROLE DA FC com betabloqueadores EV em(ANTES bólusdo controle da PA) → Meta: FC <60 bpm
          3. TramadolCONTROLE 100mg/2mLDA PA 1com ampolavasodilatadores EV diluída(APÓS controle da FC) → Meta: PAS 100-120 mmHg
          4. NUNCA usar vasodilatadores antes de betabloqueadores (risco de taquicardia reflexa e piora da dissecção)
        • Classificação de Stanford:
          • Tipo A (62%): Envolve aorta ascendente → CIRURGIA URGENTE (mortalidade 1-2%/hora)
          • Tipo B (38%): NÃO envolve aorta ascendente (inicia após subclávia E) → Tratamento clínico OU cirúrgico/endovascular se complicado
        • Stanford B complicado (indicação cirúrgica/endovascular):
          • Hipertensão refratária ao tratamento clínico
          • Dor recorrente ou persistente
          • Expansão precoce ou rápida da aorta
          • Hemotórax, hematoma mediastinal crescente (ruptura iminente)
          • Síndrome de má perfusão: isquemia visceral, renal, de membros inferiores ou espinhal

       

      • METOPROLOLANALGÉSICO OPIOIDE (Seloken, Lopressor)
        • Prescrição:Prescrição prática:
          • MetoprololMorfina 5mg/5mL(10mg/mL) Diluir 1mL (10mg) + 9mL de SF0,9% = 10mL (solução 1mg/mL). Aplicar 2-4mL (2-4mg) EV em bólus lento. Repetir 2-4mL a cada 5-15 minutos se necessário até controle completo da dor. Dose máxima inicial: 10mg.
          • Fentanil (50mcg/mL) – Aplicar 2mL (100mcg) EV em bólus lento (em 2-3 minutos). Pode repetir 1-2mL (50-100mcg) a cada 3-5 minutos se necessário.
        • Alternativas:
          • Tramadol (100mg/2mL) – Diluir 01 ampola (2mL) + 8mL de SF0,9%, aplicar 10mL EV lento em Agora3-5 minutos. ATENÇÃO: Menos eficaz que morfina/fentanil para dor intensa da DAA.
        • Indicações: Controle
          • Analgesia potente para controle da FCdor (metasevera <característica 60da bpm)DAA
          • antes
          • Redução do controletônus pressóricosimpático (diminui FC, PA e estresse da parede aórtica)
          • OBRIGATÓRIO em todos os casos de DAA
        • Apresentações: Ampola
            5mg/5mL
          • Morfina: |10mg/mL Comprimido(ampolas 25mg,de 50mg,1mL, 100mg2mL)
          • Fentanil: 50mcg/mL (ampolas de 2mL, 5mL, 10mL)
          • Tramadol: 100mg/2mL (ampolas de 2mL)
        • Via(s): 💉 EV |(via 💊preferencial Oral- efeito rápido necessário)
        • Cuidados:
          • RepetirContraindicações: aHipersensibilidade cadaconhecida 15aos minopioides, atédepressão 3respiratória vezes se necessário
          • Usar ANTES de vasodilatadores
          grave
        • Alternativa(s):Monitorização:
            FR, SatO2, nível de consciência (sedação excessiva)
          • EsmololMorfina: 2500mg/10mLRisco diluídode liberação de histamina (rubor, prurido). Metabolização renal (ajustar em 240mLIRC). SG5%Náuseas (associar iniciarantiemético 500mcg/kgse necessário).
          • Fentanil: Preferir em idosos, IR, instabilidade hemodinâmica (menos hipotensão que morfina). Início de ação mais rápido (1-2 min). Duração mais curta (30-60 min).
          • Naloxona: Ter disponível para reversão de depressão respiratória (0,4mg EV emse 1FR min<8 irpm ou SatO2 <90% refratária)
          • PropranololIdosos: 1mg/mLIniciar com 1-2mL50% EVda lentodose (risco aumentado de sedação e depressão respiratória)
          • Gestantes: Morfina categoria C - usar com cautela, avaliar risco-benefício (DAA é emergência absoluta)
          • NUNCA subestimar a dor: controle inadequado piora prognóstico (aumento de estresse simpático)

       

      • NITROPRUSSIATO DE SÓDIOBETABLOQUEADOR (Nipride)controle da FC)
        • Prescrição:Prescrição prática:
          • NiprideMetoprolol 50mg/2mL(5mg/5mL) + 248mLAplicar SG5%1 ampola (5mL = 5mg) EV em BICbólus lento (administrar em 5 minutos). Repetir dose a cada 15 minutos até atingir FC <60 bpm ou dose máxima de 15mg (3 ampolas). Monitorizar FC e PA continuamente.
          • Esmolol (2500mg/10mL)iniciarDiluir 5mL/h10mL (2500mg) em 240mL de SG5% = 250mL (10mg/mL). Dose de ataque: 500 mcg/kg EV em 1 minuto. Manutenção em BIC: 25-50 mcg/kg/min. Titular conforme resposta (aumentar 25 mcg/kg/min a cada 5 min se necessário até FC <60 bpm). Dose máxima: 300 mcg/kg/min.
        • Alternativas:
          • Labetalol (100mg/20mL)AgoraAplicar 20mg (4mL) EV em bólus lento. Repetir 40-80mg a cada 10 minutos até FC <60 bpm ou dose máxima 300mg. Vantagem: betabloqueador + alfa bloqueador (controla FC e PA simultaneamente).
          • Propranolol (10mg/10mL) – Aplicar 1mg (1mL) EV lento. Repetir 1mg a cada 5 minutos até FC <60 bpm ou dose máxima 5mg. Uso menos comum (maior risco de broncoespasmo).
          • Se contraindicação a betabloqueadores:
            • Diltiazem (25mg/5mL) – Aplicar 0,25 mg/kg (média 20mg = 4mL) EV em bólus lento em 2 minutos. Pode repetir 0,35 mg/kg após 15 min se necessário.
            • Verapamil (5mg/2mL) – Aplicar 2,5-5mg (1-2mL) EV em bólus lento. Repetir 5-10mg após 15-30 min se necessário.
        • Indicações:
          • Controle rigoroso da FC antes do controle da PA sistólica(prevenir taquicardia reflexa)
          • Reduzir estresse de cisalhamento na parede aórtica (metaforça 100-120= mmHg)dP/dt)
          • Meta terapêutica: FC <60 bpm (se tolerado - avaliar perfusão e diurese)
          • OBRIGATÓRIO iniciar betabloqueador ANTES de vasodilatador
        • Apresentações: Ampola
            50mg/2mL
          • Metoprolol: 5mg/5mL (ampolas de 5mL)
          • Esmolol: 2500mg/10mL (frascos de 10mL), 2500mg/250mL (frascos prontos)
          • Labetalol: 100mg/20mL (ampolas de 20mL)
          • Diltiazem: 25mg/5mL (ampolas de 5mL)
        • Via(s): 💉 EV (bombaobrigatório de- infusãonecessário contínua)efeito rápido e titulável)
        • Cuidados:
          • Contraindicações absolutas: BAV 2º/3º grau, bradicardia <50 bpm, choque cardiogênico, asma grave descompensada, DPOC grave descompensado
          • Contraindicações relativas: ICC descompensada (avaliar risco-benefício - DAA é emergência)
          • Monitorização contínua obrigatória: FC, PA, ECG (vigilância de BAV), sinais de hipoperfusão
          • Sinais de sobredose: Bradicardia grave (<40 bpm), BAV, hipotensão, broncoespasmo
          • Esmolol: Vantagem de meia-vida ultracurta (9 min) - se efeito adverso, suspender infusão e recuperação em 10-20 min
          • Metoprolol: Cardioseletivo (menos broncoespasmo que propranolol), mas usar com cautela em DPOC/asma
          • Labetalol: Vantagem de controlar FC e PA simultaneamente (ação alfa + beta), útil se dificuldade de acesso ou equipe limitada
          • Bloqueadores de canal de cálcio: Usar APENAS se contraindicação absoluta a betabloqueadores (menos eficazes em reduzir dP/dt)
          • Atropina: Ter disponível para reversão de bradicardia sintomática (0,5-1mg EV)
          • Idosos: Maior risco de bradicardia e hipotensão - iniciar com doses menores e titular cautelosamente
          • Gestantes: Metoprolol/Labetalol categoria C - usar com monitorização fetal se viável (DAA é emergência materna absoluta)
          • NÃO iniciar vasodilatador antes de FC controlada (risco de taquicardia reflexa e aumento do dP/dt piora a dissecção)

       

      • VASODILATADOR (controle da PA)
        • Prescrição prática:
          • Nitroprussiato de Sódio - Nipride (50mg/2mL) – Diluir 1 ampola (2mL = 50mg) em 248mL de SG5% = 250mL (200 mcg/mL). Iniciar BIC a 5mL/h (0,3 mcg/kg/min para paciente de 70kg). Titular 2-5 mL/h a cada 5-10 minutos até atingir PAS 100-120 mmHg. Dose máxima: 10 mcg/kg/min. PROTEGER DA LUZ (envolver equipo com papel alumínio). Trocar solução a cada 24h.
          • Nitroglicerina - Tridil (5mg/mL) – Diluir 10mL (50mg) em 240mL de SG5% = 250mL (200 mcg/mL). Iniciar BIC a 2mL/h (10-20 mcg/min). Titular 1-2 mL/h a cada 5-10 minutos até atingir PAS 100-120 mmHg. Dose máxima: 200 mcg/min.
        • Indicações:
          • Controle da PA APÓS controle da FC
          • Reduzir pós-carga e estresse na parede aórtica
          • Meta terapêutica: PAS 100-120 mmHg (menor pressão tolerada com diurese preservada >0,5 mL/kg/h)
          • OBRIGATÓRIO controlar FC antes (betabloqueador deve preceder)
        • Apresentações:
          • Nitroprussiato de Sódio: 50mg/2mL (ampolas de 2mL)
          • Nitroglicerina: 5mg/mL (ampolas de 10mL, frascos de 50mL)
        • Via(s): 💉 EV em BIC (bomba de infusão contínua - necessário controle preciso)
        • Cuidados:
          • Nitroprussiato:
            • Contraindicações: Hipertensão intracraniana, coarctação de aorta, insuficiência hepática grave
            • Toxicidade: Metabolizado em tiocianato e cianeto. Intoxicação por cianeto (acidose metabólica, confusão, convulsões) após betabloqueadoruso prolongado (>24-48h) ou doses altas. Dosar tiocianato se uso >48h (normal <50-100 mcg/mL).
            • ProtegerFotossensível: OBRIGATÓRIO proteger da luz (envolver equipo)equipo e frasco com papel alumínio/papel pardo)
            • TitularTrocar conformesolução: respostaA pressóricacada 24h (degradação com formação de cianeto)
            • Monitorização: PA invasiva ideal (titulação precisa). Se PA não invasiva: monitorar a cada 2-5 min durante titulação.
            • Rebote hipertensivo: Reduzir infusão gradualmente (não suspender abruptamente)
            • Insuficiência renal: Acúmulo de tiocianato (náuseas, tinnitus, confusão mental). Reduzir dose ou preferir nitroglicerina.
          • Alternativa(s):Nitroglicerina:
            • Contraindicações: Uso recente de inibidores de fosfodiesterase-5 (sildenafila, tadalafila - últimas 24-48h), hipotensão severa, choque
            • Efeitos adversos: Cefaleia (comum), taquicardia reflexa (por isso OBRIGATÓRIO betabloqueador antes)
            • Tolerância: Pode desenvolver tolerância após 24-48h de uso contínuo. Se ocorrer, considerar trocar para nitroprussiato.
            • Monitorização: PA a cada 5-10 min durante titulação, FC (vigilância de taquicardia reflexa)
            • Vantagem: Menos toxicidade que nitroprussiato em uso prolongado
            • Preferir em: IAM concomitante (vasodilatação coronariana), insuficiência renal
          • GERAL:
            • NUNCA iniciar antes de controlar FC (risco de taquicardia reflexa aumenta dP/dt e piora dissecção)
            • Meta PAS: 100-120 mmHg (equilíbrio entre prevenir progressão da dissecção e manter perfusão orgânica)
            • Sinais de hipoperfusão: Oligúria (<0,5 mL/kg/h), confusão mental, acidose metabólica, lactato elevado → reduzir dose (aceitar PAS até 120 mmHg)
            • Bomba de infusão: Idealmente usar BIC para controle preciso da dose
            • Acesso venoso exclusivo: Preferir acesso venoso exclusivo para vasodilatadores (evitar interações)
            • Transição para VO: Após estabilização (24-48h), iniciar betabloqueador VO (metoprolol, atenolol, propranolol) e retirar gradualmente infusões EV

       

      • ANTIEMÉTICO
        • Prescrição prática:
          • NitroglicerinaOndansetrona 5mg/mL(4mg/2mL)10mLDiluir 01 ampola (2mL = 4mg) + 240mL8mL SG5%de SF0,9%, aplicar 10mL EV lento em BIC3-5 minutos. Dose máxima: 8mg por dose. Pode repetir após 8h se necessário.
        • Alternativas:
          • Metoclopramida (10mg/2mL)iniciarDiluir 2mL/h01 ampola (2mL) + 8mL de SF0,9%, aplicar 10mL EV lento em 3-5 minutos.
          • EsmololBromoprida (10mg/2mL) – Diluir 01 ampola (2mL) + 8mL de SF0,9%, aplicar 10mL EV lento em infusão3-5 contínuaminutos.
          • 25-50
          mcg/
        • Indicações:
          • Controle de náuseas e vômitos (comuns na DAA devido à dor intensa e estresse simpático)
          • Associados à analgesia com opioides (que podem causar náuseas)
        • Apresentações:
          • Ondansetrona: 4mg/2mL (ampolas de 2mL), 8mg/4mL (ampolas de 4mL)
          • Metoclopramida: 10mg/2mL (ampolas de 2mL)
          • Bromoprida: 10mg/2mL (ampolas de 2mL)
        • Via(s): 💉 EV
        • Cuidados:
          • Ondansetrona: Risco de prolongamento QT (evitar em cardiopatas graves ou QTc >500 ms). Preferencial em DAA por menor risco de efeitos extrapiramidais.
          • Metoclopramida/Bromoprida: Risco de sintomas extrapiramidais (distonias agudas, principalmente em jovens). Contraindicação: obstrução intestinal, feocromocitoma, epilepsia não controlada.
          • Dose máxima: Ondansetrona 8mg/dose; Metoclopramida 10mg/dose
          • Gestantes: Ondansetrona categoria B (segura). Metoclopramida categoria B.

       

      • SEDAÇÃO/ANSIOLÍTICO (se agitação importante)
        • Prescrição prática:
          • Midazolam (5mg/mL) – Aplicar 0,5-1mL (2,5-5mg) EV lento. Titular conforme necessário. Usar com CAUTELA (risco de depressão respiratória associada a opioides).
        • Indicações:
          • Agitação psicomotora importante (dificulta monitorização e controle hemodinâmico)
          • Ansiedade extrema refratária a opioides
          • Uso RESTRITO e cauteloso (preferir controle da dor adequado)
        • Apresentações:
          • Midazolam: 5mg/mL (ampolas de 3mL, 10mL)
        • Via(s): 💉 EV
        • Cuidados:
          • USAR COM EXTREMA CAUTELA: Associação com opioides aumenta muito risco de depressão respiratória
          • Monitorização: FR, SatO2, nível de consciência contínuos
          • Flumazenil: Ter disponível para reversão se depressão respiratória (0,2mg EV, repetir se necessário)
          • Preferir: Analgesia adequada ao invés de sedação (dor controlada reduz agitação)
          • Contraindicações: Miastenia gravis, glaucoma de ângulo fechado, insuficiência respiratória grave

       

      • HIDRATAÇÃO / ACESSO VENOSO
        • Prescrição prática:
          • Soro Fisiológico 0,9% 500mL – Manter acesso venoso com 20-40 mL/h (keep vein open). NÃO fazer expansão volêmica vigorosa (risco de aumento da PA e piora da dissecção).
        • Indicações:
          • Manter acesso venoso pérvio para medicações
          • Evitar hipovolemia relativa por NPO
          • NÃO é indicado reposição volêmica vigorosa
        • Apresentações:
          • Soro Fisiológico 0,9%: frascos de 250mL, 500mL, 1000mL
        • Via(s): 💉 EV
        • Cuidados:
          • NÃO fazer expansão volêmica agressiva: Risco de aumento da PA e piora da dissecção
          • Se hipotensão: Avaliar CAUSA (tamponamento cardíaco, ruptura aórtica, isquemia mesentérica) - NÃO responder com volume cegamente
          • Meta: Manter acesso pérvio, evitar desidratação, mas SEM aumentar pressão intraluminal
          • Monitorizar: Balanço hídrico, diurese (meta >0,5 mL/kg/minh)

       

      🏠 PARA CASA

        NÃO

      • HÁ PRESCRIÇÃO DE ALTA DOMICILIAR PARA DISSECÇÃO AGUDA DE AORTA

        METOPROLOLDissecção (Seloken, Lopressor)

        • Prescrição: Metoprolol 50mg – Tomar 1 comprimido VOAguda de 12/12hAorta poré tempoEMERGÊNCIA indeterminado
        • CARDIOVASCULAR
        • Indicações:ABSOLUTA com: Controle pressórico e redução do estresse na parede aórtica
        • Apresentações: Comprimido 25mg | Comprimido 50mg | Comprimido 100mg
        • Posologia: Iniciar 50mg 12/12h, ajustar conforme resposta
        • Cuidados:
          • Não suspender abruptamente
          • Monitorizar FC e PA
        • Alternativa(s):
          • Propranolol 40mg – 1 comprimido VO de 12/12h
          • Atenolol 50mg – 1 comprimido VO de 24/24h

       

      • LOSARTANA (Cozaar, Losartan)
        • Prescrição: Losartana 50mg – Tomar 1 comprimido VOIndicação de 24/24hINTERNAÇÃO porEM tempoUTI indeterminadoem 100% dos casos
        • Indicações:Stanford Tipo A: ControleCirurgia pressóricocardiovascular adicionalURGENTE e(mortalidade cardioproteção1-2% por hora)
        • Apresentações:Stanford Tipo B: ComprimidoTratamento 25mgclínico |intensivo Comprimidoem 50mgUTI |OU Comprimidocirurgia/endovascular 100mgse complicado
        • Posologia:LETALIDADE: Iniciar 50mg/dia, ajustar conforme necessário
        • Cuidados:
          • Monitorizar função renal e potássio
          • Evitar50% em gravidez
          • 48h
          se
        • não
        • Alternativa(s):tratada
          • Enalapril 10mg – 1 comprimido VO de 12/12h
          • Valsartana 80mg – 1 comprimido VO de 24/24h
        adequadamente

      NUNCA

      liberar
        alta
      • ANLODIPINOpara (Norvasc,pacientes Amlodipina)com
          suspeita
        • Prescrição:ou Anlodipinodiagnóstico 5mg – Tomar 1 comprimido VOconfirmado de 24/24h por tempo indeterminado
        • Indicações:DAA. Controle pressórico adicional se meta não atingida
        • Apresentações: Comprimido 5mg | Comprimido 10mg
        • Posologia: Iniciar 5mg/dia, pode aumentar para 10mg/dia
        • Cuidados:
          • Pode causar edema de MMII
          • Início de ação mais lento
        • Alternativa(s):
          • Nifedipino retard 20mg – 1 comprimido VO de 12/12h
          • Diltiazem 60mg – 1 comprimido VO de 12/12h

       

      • 👨🏻‍⚕️ Orientações aofundamentais pacientepara equipe e familiares
        • RetornarDAA imediatamenteé seemergência dorcom risco iminente de morte - familiares devem ser informados da gravidade
        • Prognóstico:
          • Stanford A: Mortalidade cirúrgica 15-35% (melhor que mortalidade sem cirurgia 50-80% em 48h)
          • Stanford B não complicado: Mortalidade hospitalar 10-15% com tratamento clínico
          • Stanford B complicado: Mortalidade 30-50% mesmo com tratamento
        • Complicações graves possíveis:
          • Ruptura aórtica (tamponamento cardíaco, hemotórax, choque hemorrágico)
          • Isquemia miocárdica / IAM (dissecção de coronárias)
          • AVC isquêmico (dissecção de carótidas)
          • Isquemia mesentérica (abdome agudo isquêmico)
          • Isquemia de membros (dissecção de ilíacas/femorais)
          • Paraplegia (isquemia medular)
          • Insuficiência renal aguda (dissecção de artérias renais)
        • Sinais de alerta pós-operatórios (para equipe):
          • Sangramento de drenos >200 mL/h (reavaliação cirúrgica)
          • Instabilidade hemodinâmica refratária
          • Sinais de isquemia miocárdica / IAM
          • Alterações neurológicas novas
          • Oligúria / anúria (IRA)
        • Seguimento a longo prazo (após alta hospitalar):
          • Cirurgia cardiovascular / cirurgia torácica ou(acompanhamento dorsal intensa
          • Seguimento ambulatorial com cirurgia vascular em 7-14 dias
          • Controle rigoroso da pressão arterial conforme orientação
          • Evitar esforços físicos intensosseriado)
          • Angiotomografia de aorta: 1, 3, 6, 12 meses e anualmente após
          • Controle RIGOROSO da PA (meta PAS <120 mmHg, ideal <110 mmHg)
          • Betabloqueador VO contínuo em todos os pacientes
          • Modificação de fatores de risco: tabagismo (suspender), controle conformelipídico programação(estatina)
          • Atividade física: Restrita por 3-6 meses. Evitar esforços intensos, levantamento de peso >5kg, Valsalva
          • Retorno sexual: Após liberação médica (geralmente 4-6 semanas pós-cirurgia)
          • Gestação futura: Contraindicada ou alto risco (discutir com cirurgia cardiovascular e obstetra)
        • Prognóstico a longo prazo:
          • Sobrevida 5 anos: 60-80% (Stanford A operado), 40-60% (Stanford B)
          • Reintervenção: 20-30% em 5 anos (progressão de aneurisma, nova dissecção)
          • Qualidade de vida: Geralmente boa após recuperação, mas limitações físicas podem persistir

       

      🔎 CID-10:

      • I71.0: AneurismaDissecção dissecante dade aorta (qualquer porção)parte)
      • I71.100: AneurismaDissecção da aorta torácica, rototorácica
      • I71.901: AneurismaDissecção aórticoda deaorta localizaçãotoracoabdominal
      • não
      • I71.02: especificada,Dissecção semda mençãoaorta deabdominal
      • ruptura
      • I71.03: Dissecção da aorta torácica e abdominal