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Claritromicina

Guia completo da Claritromicina: indicações, apresentações, posologia oral e intravenosa, diluição, ajustes renais, efeitos adversos e cuidados clínicos.


Informações:

  • Classe: Antimicrobiano - Macrolídeo
  • Nomes comerciais: Klaricid, Clarilib, Clabat, Klaricid UD, Clinbacter
  • Apresentações:
    • Comprimido de liberação prolongada 500 mg (Klaricid UD)
    • Comprimido revestido 500 mg (Clabat, genérico)
    • Grânulos para suspensão oral 25 mg/mL e 50 mg/mL (Klaricid, Clabat, genérico)
    • Pó para solução injetável 500 mg (Klaricid, Clarilib, Clinbacter, genérico)

Indicações:

  • Faringoamigdalites
  • Pneumonia comunitária
  • Sinusite bacteriana
  • Exacerbação infecciosa de DPOC
  • Erisipela
  • Impetigo
  • Infecção por Helicobacter pylori
  • Micobacterioses (Mycobacterium avium complex - MAC)
  • Otite média aguda
  • Profilaxia de endocardite infecciosa (em pacientes alérgicos à penicilina)

Reconstituição, diluição e administração:

  • Reconstituir cada frasco-ampola de 500 mg em 10 mL de água para injetáveis.
  • Diluir em 250 mL de SF 0,9%, SG 5% ou Ringer lactato (para AVP ou CVC).
  • Administrar por infusão EV em 60 minutos.
  • Comprimido de liberação prolongada: administrar junto com alimentos e não partir.
  • Grânulos para suspensão oral: reconstituir conforme instruções do fabricante.

Prescrição prática: (adulto 60kg)

  • Infecções de vias aéreas (oral - liberação prolongada):
    • Claritromicina 500mg (liberação prolongada) – Tomar 01 comprimido, VO, 1x/dia, com alimentos, por 7 a 14 dias
  • Infecções de vias aéreas (oral - comprimido revestido):
    • Claritromicina 500mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 12/12h, por 7 a 14 dias
  • Faringite e tonsilite:
    • Claritromicina 500mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 12/12h, por 10 dias
  • Sinusite maxilar aguda:
    • Claritromicina 500mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 12/12h, por 14 dias
  • Helicobacter pylori (terapia tripla):
    • Claritromicina 500mg – Tomar 01 comprimido, VO, 3x/dia, por 14 dias (associado a IBP e amoxicilina ou metronidazol)
  • Mycobacterium avium complex (MAC):
    • Claritromicina 500mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 12/12h. Se não houver resposta em 3-4 semanas, aumentar para 02 comprimidos de 12/12h. Continuar enquanto houver benefício clínico
  • Infecções graves (EV):
    • Claritromicina 500mg – Reconstituir 01 FA em 10mL de água para injetáveis, diluir em 250mL SF 0,9% ou SG 5%, EV, de 12/12h, correr em 60 minutos, por 2 a 5 dias. Converter para via oral o mais breve possível
  • Pediatria (> 6 meses):
    • Claritromicina suspensão oral 25mg/5mL – Administrar __mL, VO, de 12/12h, por 7 a 10 dias. Dose: 7,5mg/kg/dose (máximo 500mg/dose). Volume: 0,3mL/kg da suspensão de 25mg/mL ou 0,15mL/kg da suspensão de 50mg/mL

Ajuste de Dose na Insuficiência Renal

ClCr (mL/min) Dose recomendada (VO) Dose recomendada (EV)
> 30 Não ajustar Não ajustar
< 30 500 mg 1x/dia ou 250 mg 12/12h Reduzir dose em 50%
Hemodiálise Administrar após diálise Administrar após diálise

Contraindicações

  • Hipersensibilidade à claritromicina ou a qualquer macrolídeo
  • Uso concomitante com cisaprida, pimozida, terfenadina ou astemizol (risco de prolongamento do intervalo QT e arritmias graves)
  • Histórico de prolongamento do intervalo QT ou arritmias ventriculares
  • Gestação

Grupos Especiais

  • Uso na gestação: Categoria D. Contraindicado na gestação
  • Uso na lactação: Uso não recomendado
  • Uso pediátrico: A partir de 6 meses
  • Uso em idosos: Uso permitido, com cautela

Efeitos Adversos

  • Náuseas, vômitos, dores abdominais, dispepsia, diarreia
  • Cefaleia, tonturas
  • Alteração do paladar (gosto metálico)
  • Prolongamento do intervalo QT (risco de arritmias cardíacas)
  • Elevação de enzimas hepáticas
  • Nefrotoxicidade (rara)
  • Colite pseudomembranosa (rara)
  • Miopatia (em uso concomitante com estatinas)

Cuidados e Observações

  • Administração EV: infundir em 60 minutos. Não administrar em bolus.
  • Monitoramento: realizar cultura e teste de sensibilidade antes de iniciar terapia, quando indicado.
  • ECG: monitorar em pacientes com risco de prolongamento do intervalo QT.
  • Função renal: monitorar níveis de creatinina e ureia, especialmente em pacientes com insuficiência renal.
  • Função hepática: monitorar enzimas hepáticas, especialmente em pacientes com insuficiência hepática.
  • Interações medicamentosas importantes: pode aumentar níveis séricos de estatinas, varfarina, digoxina, teofilina, carbamazepina, colchicina. Monitorar INR quando em uso com anticoagulantes orais.
  • Hipoglicemia: monitorar glicemia em pacientes diabéticos em uso de hipoglicemiantes orais ou insulina.
  • Estenose hipertrófica do piloro: evitar em neonatos < 15 dias (risco maior com eritromicina).
  • Conversão EV para VO: realizar tão logo possível (2 a 5 dias de terapia EV).
  • Boa penetração: maioria dos tecidos corporais.
  • Baixa penetração: Sistema Nervoso Central.
  • Metabolização: hepática (via citocromo P450 3A4).
  • Excreção: predominantemente renal - necessário ajuste em insuficiência renal.
  • Mecanismo: bacteriostático (pode ser bactericida em doses altas, dependendo do patógeno).
  • Sem ação contra: Pseudomonas, Klebsiella spp, enterobactérias, H. ducreyi (preferir azitromicina para úlceras genitais).
  • Sonda nasogástrica/nasoenteral: comprimidos de liberação prolongada e revestidos não devem ser triturados. Para grânulos de suspensão oral, dissolver em 10 mL de água, pausar dieta, lavar sonda, administrar e lavar novamente antes de religar dieta.

Atualizado em outubro de 2025 por Dr Heric Santos