Tromboembolismo Pulmonar (TEP)
Guia completo para diagnóstico e tratamento do TEP na emergência: estratificação de risco, anticoagulação plena, trombólise, manejo hemodinâmico e alta segura com anticoagulação oral.
Paciente típico: Adulto, 50-70 anos, com dispneia súbita, taquicardia e dor torácica pleurítica. História de imobilização recente, cirurgia ou viagem prolongada. Pode apresentar edema assimétrico de membro inferior.
🩺 Guia rápido
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História clínica típica
# História Clínica
Paciente relata dispneia de início súbito há ❓ horas/dias, de intensidade progressiva.
Associada a dor torácica pleurítica (piora com inspiração profunda) em hemitórax ❓.
Taquicardia, sudorese e ansiedade.
Nega febre, tosse produtiva ou hemoptise.
Relata ❓ [cirurgia recente / imobilização prolongada / viagem longa / uso de anticoncepcional / neoplasia ativa].
Nega alergias medicamentosas.
# Exame físico
REG, taquipneico, ansioso, sudoreico
PA: ❓ mmHg | FC: ❓ bpm (geralmente > 100) | FR: ❓ irpm (geralmente > 20) | Tax: ❓°C | SatO2: ❓% em ar ambiente
Ausculta pulmonar: MV presente bilateralmente, sem ruídos adventícios
Ausculta cardíaca: bulhas rítmicas, taquicárdicas, ❓ [P2 hiperfonética]
Membros inferiores: ❓ [edema assimétrico em MIE/MID com empastamento de panturrilha / sem alterações]
Sinal de Homans: ❓ [positivo / negativo]
# HD
- Tromboembolismo Pulmonar (TEP) - risco ❓ [baixo / intermediário / alto]
- Wells para TEP: ❓ pontos
- PESI simplificado: ❓ pontos
# Conduta
- Monitorização contínua + acesso venoso periférico calibroso
- Oxigenoterapia conforme necessidade (alvo SatO2 > 90%)
- Estratificação de risco (Wells, PESI, troponina, BNP)
- Anticoagulação plena imediata (Enoxaparina SC ou HNF EV)
- ❓ [Trombólise se instabilidade hemodinâmica]
- Solicitar: hemograma, função renal, troponina, BNP, D-dímero, AngioTC tórax
- Analgesia e controle de sintomas
- Alta com anticoagulação oral por no mínimo 3 meses
- Afastamento: ❓ dias
Prescrição para paciente típico
No pronto-socorro:
# ANTICOAGULAÇÃO PLENA (iniciar imediatamente)
01. Enoxaparina 60mg/0,6mL (100mg/mL) – 01 seringa (0,6mL para 60kg), SC, de 12/12h
(Ajustar dose: 1mg/kg de 12/12h - máximo 100mg/dose)
(Se > 75 anos: 0,75mg/kg de 12/12h)
(Se ClCr < 30: 1mg/kg de 24/24h)
# ANALGESIA
02. Dipirona 1g/2mL (500mg/mL) – 01 ampola (2mL) + 18mL SF0,9%, EV lento, de 6/6h
# SUPORTE HEMODINÂMICO (se instabilidade)
03. Cristaloide (SF0,9% ou Ringer Lactato) 500mL EV em bolus, avaliar resposta
04. Norepinefrina 4mg/4mL – diluir em 246mL SG5%, iniciar 0,05mcg/kg/min, titular
# SUPORTE RESPIRATÓRIO
05. Oxigênio suplementar S/N (cateter nasal 2-6L/min ou máscara)
# SE INDICAÇÃO DE TROMBÓLISE (TEP maciço/instável)
06. Alteplase 50mg – diluir 100mg (2 amp) + 100mL SF0,9% EV em BIC, correr em 2h
Para casa:
01. Rivaroxabana 15mg ––––––––––– 42 comprimidos
Tomar 01 comprimido, VO, de 12/12h (durante 21 dias)
Após 21 dias: mudar para 20mg, VO, 01x/dia
Continuar por no mínimo 3 meses
02. Dipirona 500mg ––––––––––– 20 comprimidos
Tomar 01 comprimido, VO, de 6/6h, se dor
03. Rivaroxabana 20mg ––––––––––– 90 comprimidos
(Prescrever para uso após completar 21 dias com 15mg)
Tomar 01 comprimido, VO, 01x/dia, durante 90 dias
Para casa (receituário especial):
# ANTICOAGULAÇÃO ORAL - CONTINUAÇÃO DO TRATAMENTO INICIADO NO PS
Observação: A rivaroxabana NÃO requer receituário especial.
Caso opte por varfarina:
01. Varfarina 5mg ––––––––––– 90 comprimidos
Tomar 01 comprimido, VO, 01x/dia em jejum
Ajustar dose conforme INR (manter entre 2-3)
Manter por no mínimo 3 meses
Controle de INR semanal até estabilização, depois mensal
🏥 NO PRONTO-SOCORRO
- ⚠️ MANEJO E CUIDADOS INICIAIS
- Monitorização contínua: PA, FC, FR, SatO2, ECG contínuo
- Acesso venoso calibroso: preferir 2 acessos periféricos calibrosos
- Avaliação inicial:
- Identificar sinais de instabilidade hemodinâmica (PAS < 90mmHg, choque, PCR)
- Avaliar necessidade de suporte respiratório (SatO2, FR, esforço respiratório)
- Pesquisar fatores de risco (cirurgia recente, imobilização, neoplasia, TVP prévia)
- Estratificação de risco:
- Escore de Wells para TEP: classificar probabilidade (baixa/intermediária/alta)
- Escore PERC: se baixa probabilidade e PERC negativo, considerar exclusão de TEP
- Escore PESI simplificado: estratificar risco de morte (0 pontos = 1% mortalidade; ≥1 ponto = 10%)
- Exames complementares:
- Hemograma, função renal, eletrólitos, troponina, BNP/NT-proBNP
- D-dímero (se probabilidade baixa/intermediária pelo Wells)
- Gasometria arterial (pode mostrar hipoxemia e hipocapnia)
- ECG (taquicardia sinusal, S1Q3T3, sobrecarga de VD)
- RX tórax (geralmente normal; pode mostrar sinal de Westermark, corcova de Hampton)
- AngioTC de tórax: exame confirmatório - identifica trombo como falha de enchimento
- Sinais de alarme (TEP maciço):
- Instabilidade hemodinâmica: PAS < 90mmHg ou queda > 40mmHg por > 15min
- Choque obstrutivo: hipoperfusão, oligúria, rebaixamento do nível de consciência, lactato elevado
- Necessidade de drogas vasoativas
- Parada cardiorrespiratória
- Iniciar anticoagulação imediatamente se alta probabilidade, mesmo antes da confirmação diagnóstica
- ANTICOAGULAÇÃO PARENTERAL PLENA
- Prescrição prática:
Enoxaparina 60mg/0,6mL (100mg/mL) – 01 seringa SC de 12/12hDose: 1mg/kg SC de 12/12h (dose máxima de 100mg por aplicação)Se idade > 75 anos: 0,75mg/kg SC de 12/12hSe ClCr < 30mL/min: 1mg/kg SC de 24/24hExemplo prático: paciente 70kg = 70mg (0,7mL) SC 12/12h
- Alternativa (Heparina Não Fracionada):
Heparina 5.000UI/mL – diluir 5mL (25.000UI) + 245mL SG5% EV em BICConcentração final: 100UI/mLBólus inicial: 80UI/kg EV (máximo 5.000UI)Manutenção: infusão contínua 18UI/kg/hSolicitar PTTa de 6/6h para ajuste (alvo: 1,5-2,5x o controle)
- Indicações:
- Tratamento imediato do TEP confirmado ou altamente suspeito
- Ponte para anticoagulação oral (quando não usar rivaroxabana/apixabana em monoterapia)
- Apresentações:
- Enoxaparina: seringas prontas 20mg, 40mg, 60mg, 80mg, 100mg
- Heparina não fracionada: ampolas 5.000UI/mL (5mL)
- Via(s): 💉 SC (Enoxaparina) | 💉 EV (Heparina não fracionada)
- Cuidados:
- Contraindicações: sangramento ativo grave, plaquetopenia < 50.000/μL, AVCh recente, cirurgia de SNC recente
- Monitorar plaquetas no D3 e D5 (risco de plaquetopenia induzida por heparina)
- Enoxaparina preferível à HNF (mais fácil administração, não requer monitorização)
- HNF preferível se: insuficiência renal grave (ClCr < 15), necessidade de reversão rápida, instabilidade hemodinâmica
- Ajustar dose em obesos e idosos
- Não usar HBPM se peso > 120kg ou < 40kg (preferir HNF)
- Prescrição prática:
- TROMBÓLISE / FIBRINÓLISE (TEP maciço com instabilidade)
- Prescrição prática:
Alteplase (rtPA) 50mg – diluir 100mg (2 ampolas) + 100mL SF0,9% EV em BIC, correr em 2 horasSe em iminência de PCR ou já em PCR: 50mg em bólus + 50mg EV em 2 horas
- Alternativas:
Estreptoquinase 1,5 milhão UI – diluir + 150mL SF0,9% EV em BIC, correr em 2 horas (75mL/h)Tenecteplase – dose única em bólus EV conforme peso:< 60kg: 6mL | 60-69kg: 7mL | 70-79kg: 8mL | 80-89kg: 9mL | ≥90kg: 10mL
- Indicações:
- TEP com instabilidade hemodinâmica (PAS < 90mmHg, choque, necessidade de vasopressores)
- Parada cardiorrespiratória por TEP
- TEP submaciço com deterioração clínica (disfunção de VD + troponina elevada + sinais de descompensação)
- Apresentações:
- Alteplase: frasco-ampola 50mg/10mL
- Estreptoquinase: frasco-ampola 1.500.000 UI
- Tenecteplase: frasco-ampola 50mg/10mL
- Via(s): 💉 EV
- Cuidados:
- ⚠️ ANTES de iniciar trombólise: realizar procedimentos invasivos necessários (SVD, PAi, CVC)
- Contraindicações absolutas:
- AVCh ou AVC de origem desconhecida (qualquer tempo)
- AVCi nos últimos 6 meses
- Neoplasia do SNC
- Trauma grave, cirurgia ou TCE nas últimas 3 semanas
- Discrasia sanguínea ou sangramento ativo
- Hemorragia digestiva alta < 1 mês
- Contraindicações relativas:
- AIT nos últimos 6 meses, uso de anticoagulantes, gestação, puerpério (1ª semana)
- Punção venosa em sítio não compressível, RCP traumática
- PAS > 180mmHg refratária, insuficiência hepática, endocardite, úlcera péptica
- Após trombólise, iniciar/manter anticoagulação plena
- Se contraindicação ou falha: considerar embolectomia mecânica
- Prescrição prática:
- SUPORTE HEMODINÂMICO
- Prescrição prática:
Cristaloide (SF0,9% ou Ringer Lactato) 500mL EV em bolus, reavaliar após infusãoNorepinefrina 4mg/4mL – diluir em 246mL SG5% (concentração 16mcg/mL), iniciar 0,05mcg/kg/min, titularDobutamina 250mg/20mL – diluir em 230mL SG5% (1mg/mL), iniciar 2,5-5mcg/kg/min, titular
- Indicações:
- Hipotensão (PAS < 90mmHg) ou sinais de hipoperfusão tecidual
- Choque obstrutivo secundário ao TEP
- Apresentações:
- Norepinefrina: ampola 4mg/4mL
- Dobutamina: ampola 250mg/20mL
- Via(s): 💉 EV (infusão contínua em bomba)
- Cuidados:
- ⚠️ PRINCIPAL CAUSA DE MORTE no TEP: falência de ventrículo direito
- Restrição hídrica: evitar sobrecarga volêmica (piora estresse de VD e isquemia)
- Testar cristaloide em bolus cauteloso (máximo 500mL) antes de vasopressores
- Norepinefrina: primeira escolha para choque com hipotensão
- Dobutamina: considerar se disfunção de VD sem hipotensão grave (efeito inotrópico)
- Monitorização rigorosa: PA invasiva, débito urinário, lactato
- Combinação de norepinefrina + dobutamina pode ser necessária
- Titular doses conforme resposta hemodinâmica
- Prescrição prática:
- SUPORTE RESPIRATÓRIO
- Prescrição prática:
Oxigênio suplementar via cateter nasal 2-6L/min (ajustar para SatO2 > 90%)Oxigênio via máscara não reinalante 10-15L/min (se hipoxemia grave)Se necessário IOT: preferir drogas que não causem hipotensão (evitar propofol, preferir etomidato/cetamina)
- Indicações:
- Hipoxemia: SatO2 < 90% em ar ambiente
- Esforço respiratório importante, taquipneia > 30irpm
- Rebaixamento do nível de consciência
- Via(s): 💧 Inalatória
- Cuidados:
- A hipoxemia geralmente é reversível com O2 suplementar simples
- Se IOT necessária:
- Evitar drogas sedativas hipotensoras (propofol pode agravar choque)
- Preferir etomidato ou cetamina na indução
- VM: manter pressão de platô < 30cmH2O (reduzir pressão intratorácica, melhorar retorno venoso)
- Volume corrente baixo: 5-6mL/kg peso predito
- Evitar PEEP excessiva (piora retorno venoso e função de VD)
- Oximetria contínua
- Prescrição prática:
- ANALGÉSICO
- Prescrição prática:
Dipirona 1g/2mL (500mg/mL) – 01 ampola (2mL) + 18mL SF0,9%, EV lento, de 6/6hDipirona 1g/2mL (500mg/mL) – 01 ampola (2mL), IM, de 6/6h
- Alternativas:
Tramadol 100mg/2mL (50mg/mL) – 01 ampola (2mL) + 8mL SF0,9%, EV lento em 15min, de 6/6h (se dor moderada/intensa)Morfina 10mg/mL – 2 a 5mg (0,2 a 0,5mL) + 9mL SF0,9%, EV lento, de 4/4h S/N (se dor refratária)
- Indicações:
- Dor torácica pleurítica
- Dor em membro inferior (se TVP associada)
- Analgesia para procedimentos
- Apresentações:
- Dipirona: ampola 1g/2mL ou 2g/5mL
- Tramadol: ampola 100mg/2mL
- Morfina: ampola 10mg/mL
- Via(s): 💉 EV | 💉 IM | 💊 Oral
- Cuidados:
- Dipirona: risco de hipotensão se infusão EV rápida (infundir lentamente)
- Tramadol: evitar em epilepsia, risco de náusea (associar antiemético)
- Morfina: monitorar depressão respiratória, náusea; ter naloxona disponível
- Dose máxima dipirona: 4g/dia EV/IM, 6g/dia VO
- Evitar opioides fortes se paciente estável hemodinamicamente
- Prescrição prática:
- ANTIEMÉTICO
- Prescrição prática:
Bromoprida 10mg/2mL (5mg/mL) – 01 ampola (2mL), IM, de 8/8h S/NBromoprida 10mg/2mL (5mg/mL) – 01 ampola (2mL) + 8mL SF0,9%, EV lento, de 8/8h S/N
- Alternativas:
Ondansetrona 8mg/4mL (2mg/mL) – 01 ampola (4mL) + 6mL SF0,9%, EV lento, de 8/8h S/NMetoclopramida 10mg/2mL (5mg/mL) – 01 ampola (2mL), IM, de 8/8h S/N
- Indicações:
- Náuseas e vômitos associados (ansiedade, dor, uso de opioides)
- Prevenção de êmese ao usar tramadol ou morfina
- Apresentações:
- Bromoprida: ampola 10mg/2mL
- Ondansetrona: ampola 4mg/2mL ou 8mg/4mL
- Metoclopramida: ampola 10mg/2mL
- Via(s): 💉 EV | 💉 IM
- Cuidados:
- Ondansetrona: pode prolongar QT (cuidado em cardiopatas)
- Metoclopramida: risco de efeitos extrapiramidais (evitar em idosos, Parkinson)
- Bromoprida: menor risco de efeitos extrapiramidais que metoclopramida
- Dose máxima: ondansetrona 32mg/dia, metoclopramida/bromoprida 30mg/dia
- Prescrição prática:
- ANSIOLÍTICO (se necessário)
- Prescrição prática:
Diazepam 10mg/2mL (5mg/mL) – 01 ampola (2mL) + 8mL SF0,9%, EV lento (1mL/min), dose única S/NMidazolam 15mg/3mL (5mg/mL) – 1mL (5mg) + 9mL SF0,9%, EV lento, dose única S/N
- Indicações:
- Ansiedade grave
- Agitação psicomotora
- Facilitação de procedimentos
- Apresentações:
- Diazepam: ampola 10mg/2mL
- Midazolam: ampola 5mg/mL (3mL ou 5mL) ou 15mg/3mL
- Via(s): 💉 EV | 💉 IM | 💊 Oral
- Cuidados:
- Pode causar depressão respiratória (usar com cautela, ter flumazenil disponível)
- Evitar em instabilidade hemodinâmica grave
- Midazolam tem ação mais rápida e curta (preferir para procedimentos)
- Diazepam tem ação mais prolongada
- Monitorar SatO2 e nível de consciência
- Prescrição prática:
🏠 PARA CASA
- ANTICOAGULANTE ORAL (pilar do tratamento)
- Prescrição:
Rivaroxabana 15mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 12/12h, durante 21 dias. Após, mudar para 20mg, VO, 01x/dia, continuar por no mínimo 3 meses (conforme indicação médica) - Indicações: Tratamento e prevenção de recorrência de TEP
- Apresentações: Comprimidos 10mg, 15mg, 20mg
- Posologia:
- Fase inicial (21 dias): 15mg de 12/12h junto com as refeições
- Fase de manutenção: 20mg 01x/dia junto com a refeição principal
- Duração mínima: 3 meses
- Duração em situações especiais:
- TEP provocado (cirurgia, trauma): 3 meses
- TEP não provocado (idiopático): considerar > 3 meses ou indefinido
- Neoplasia ativa: anticoagular indefinidamente enquanto neoplasia ativa
- TEP recorrente: anticoagulação indefinida
- Cuidados:
- Critérios para alta com anticoagulação oral direta (sem HBPM):
- TEP de baixo risco (PESI 0 ou classe I-II, sem disfunção de VD, troponina normal)
- Hemodinamicamente estável
- SatO2 adequada em ar ambiente ou com O2 baixo fluxo domiciliar
- Sem sangramento ativo ou alto risco de sangramento
- Sem insuficiência renal grave (ClCr > 30mL/min)
- Capacidade de administrar medicação e retorno para seguimento garantido
- Ajuste de dose:
- ClCr 15-50mL/min: considerar 15mg 01x/dia (após fase inicial)
- ClCr < 15mL/min ou diálise: contraindicado (usar varfarina)
- Interações medicamentosas importantes: evitar com antifúngicos azólicos potentes, inibidores de protease
- Monitoramento: não requer controle de coagulograma (diferente da varfarina)
- Sangramento: risco baixo mas presente; orientar sinais de alarme
- Tomar sempre junto com alimentação (melhora absorção)
- Critérios para alta com anticoagulação oral direta (sem HBPM):
- Alternativa(s):
Apixabana 10mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 12/12h durante 7 dias. Após, 5mg de 12/12h, continuar por no mínimo 3 meses- Vantagem: pode ser usada em disfunção renal moderada (ClCr 15-30: dose 2,5mg 12/12h)
Varfarina 5mg – Tomar 01 comprimido, VO, 01x/dia em jejum. Ajustar dose para INR 2-3. Controle de INR semanal até estabilização, depois mensal. Continuar por no mínimo 3 meses- Indicação: custo, insuficiência renal grave, prótese valvar mecânica
- Importante: Associar HBPM (Enoxaparina) até atingir INR 2-3 por 2 dias consecutivos
Dabigatrana 150mg – Iniciar após 5-10 dias de HBPM. Tomar 01 cápsula, VO, de 12/12h, continuar por no mínimo 3 meses- Se > 80 anos ou alto risco sangramento: 110mg de 12/12h
- Prescrição:
- ANALGÉSICO / ANTITÉRMICO
- Prescrição:
Dipirona 500mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 6/6h, se dor ou febre - Indicações: Dor torácica residual, desconforto
- Apresentações: Comprimidos 500mg, gotas 500mg/mL
- Posologia: 500mg a 1g de 6/6h se necessário (máximo 4g/dia)
- Cuidados:
- Evitar em alérgicos a pirazolonas
- Preferir via oral (menor risco de hipotensão que EV)
- Dose máxima: 4g/dia
- Sem necessidade de receituário especial
- Alternativa(s):
Paracetamol 750mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 6/6h, se dor ou febre (máximo 3g/dia)
- Prescrição:
- ANTI-INFLAMATÓRIO (se dor pleurítica persistente)
- Prescrição:
Ibuprofeno 600mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 8/8h após alimentação, durante 5 dias, se dor - Indicações: Dor torácica pleurítica intensa
- Apresentações: Comprimidos 300mg, 600mg
- Posologia: 600mg de 8/8h (máximo 2.400mg/dia)
- Cuidados:
- ⚠️ Cuidado com anticoagulação: AINEs aumentam risco de sangramento
- Usar apenas se dor intensa e pelo menor tempo possível
- Tomar sempre após alimentação
- Contraindicado: úlcera péptica ativa, insuficiência renal grave, história de sangramento GI
- Monitorar função renal
- Evitar em idosos com múltiplas comorbidades
- Alternativa(s):
Diclofenaco 50mg – Tomar 01 comprimido, VO, de 8/8h após alimentação, durante 5 dias
- Prescrição:
- 👨🏻⚕️ Orientações ao paciente
- ⚠️ RETORNAR IMEDIATAMENTE ao PS se:
- Falta de ar súbita ou piora da dispneia
- Dor torácica intensa
- Tosse com sangue (hemoptise)
- Desmaio (síncope) ou tontura intensa
- Palpitações ou sensação de coração acelerado
- Sinais de sangramento: sangue nas fezes (melena ou hematoquezia), sangue na urina, sangramento gengival espontâneo, hematomas sem trauma, sangramento nasal persistente, vômito com sangue
- Dor ou inchaço intenso em membro inferior
- Confusão mental ou alteração da consciência
- Sobre a anticoagulação:
- Tomar medicação SEMPRE no mesmo horário todos os dias
- Rivaroxabana deve ser tomada JUNTO COM A REFEIÇÃO (melhora absorção)
- Não interromper a medicação sem orientação médica (risco de novo TEP)
- Duração mínima: 3 meses (pode ser mais prolongada conforme caso)
- Evitar quedas e traumatismos (risco aumentado de sangramento)
- Informar todos os profissionais de saúde que está em uso de anticoagulante
- Evitar procedimentos invasivos sem orientação médica (dentista, cirurgias)
- Atividade física:
- Repouso relativo nos primeiros 3-5 dias
- Retornar gradualmente às atividades após melhora dos sintomas
- Evitar esforços intensos no primeiro mês
- Caminhar regularmente (melhora circulação) após fase aguda
- Evitar viagens longas (> 4h) no primeiro mês
- Se viagem necessária: caminhar a cada 1-2 horas, hidratar-se, considerar meias elásticas
- Prevenção de recorrência:
- Manter-se bem hidratado
- Evitar imobilização prolongada
- Movimentar pernas durante viagens longas
- Considerar meias de compressão graduada (se TVP associada)
- Controlar fatores de risco: obesidade, sedentarismo, tabagismo
- Se mulher em uso de anticoncepcional hormonal: discutir suspensão com ginecologista
- Alimentação:
- Se usar rivaroxabana/apixabana: sem restrições alimentares específicas
- Se usar varfarina: evitar grandes variações na ingestão de alimentos ricos em vitamina K (folhas verdes escuras); não é necessário eliminar, apenas manter quantidade constante
- Evitar álcool em excesso (interfere na anticoagulação e aumenta risco de sangramento)
- Expectativa de recuperação:
- Melhora progressiva dos sintomas em 1-2 semanas
- Recuperação completa pode levar 1-3 meses
- Fadiga e cansaço podem persistir por algumas semanas
- Dor pleurítica pode durar alguns dias
- Afastamento:
- Repouso domiciliar: 5-7 dias (casos leves)
- Afastamento de atividades: 15-30 dias conforme gravidade e tipo de trabalho
- Trabalhos que exigem esforço físico: afastamento mais prolongado
- Seguimento ambulatorial:
- Retorno em 7 dias para reavaliação clínica
- Consulta com cardiologista ou pneumologista em 30 dias
- Se varfarina: controle de INR semanal até estabilização, depois mensal
- Acompanhamento prolongado para definir duração da anticoagulação
- Investigar causa do TEP (trombofilias, neoplasias ocultas) conforme indicação
- Meias de compressão (se TVP associada):
- Usar meias elásticas de compressão graduada (30-40mmHg)
- Iniciar após fase aguda
- Previne síndrome pós-trombótica
- Usar durante o dia, remover à noite
- ⚠️ RETORNAR IMEDIATAMENTE ao PS se:
🔎 CID-10:
- I26.0: Embolia pulmonar com menção de cor pulmonale agudo
- I26.9: Embolia pulmonar sem menção de cor pulmonale agudo
- I82.9: Embolia e trombose venosa não especificada
- I80.2: Flebite e tromboflebite de outros vasos profundos dos membros inferiores (TVP associada)
- I80.3: Flebite e tromboflebite dos membros inferiores, não especificada